sexta-feira, 6 de maio de 2011

Morar em república!

Já escrevi um post sobre morar sozinho em São Paulo, mas não custa nada aprofundar no assunto. Moro numa república próxima a minha faculdade há quase um ano e posso dizer que é, sem sombra de dúvidas, uma experiência fantástica, quase um rito de iniciação para a vida adulta (até parece que eu cresci).

De início, uma ficha técnica do local onde eu moro:
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Nome: Rep-Cohab (não me pergunte o porquê do nome)
Fundação: Maio/2010
Espaço Físico: Um escritório, uma garagem, um quintal, duas casas.
Moradores Iniciais: Júnior, Denise Brites, Fábio, Débora, Renan e Mariana (Casa da frente). Eu, Pedro, Weslley e Thiago (Casa dos fundos).
Moradores Atuais: Júnior, Denise Brites, Denise Dias, Samyra, Renan, Matheus (Casa da frente). Eu, Pedro, André e Gustavo (Casa dos fundos).
Ex-moradores: Thiago, Débora, Fábio, Mariana, Weslley, Jéssica.
Mascote: Dupin.
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Dos moradores iniciais, restam cinco: Júnior, Denise, Renan, Pedro e eu. Somos veteranos.

Na formação, éramos inicialmente dois grupos: a casa da frente, composta por uma república anterior e a casa dos fundos, quatro politécnicos que moravam juntos num mesmo quarto de pensão. Como não nos conhecíamos direito, a primeira sensação era a de um ambiente estranho, separado pelo espaço físico. Tudo isso mudou depois dos primeiros churrascos, com todos reunidos. Lembro até hoje do primeiro, com a família da Denise e a do Weslley presentes, cheio de carnes, bebidas e muitas gargalhadas. Uma noite e tanto!

Depois disso, a convivência ficou bem melhor. Passamos a conversar mais, trocar experiências, assistir aos jogos da Copa no sofá de casa (tá, eu fiquei no meu quarto fingindo que estudava), sair para barzinhos ou mesmo festas da usp e uma porção de outras atividades, como ver o projeto de labrador ganhar tamanho em menos de um mês e destruir tudo.

No entanto, nem tudo é um conto de fadas. Parafraseando a Denise, "morar numa república é um eterno exercício de tolerância" e paciência é mesmo uma virtude. Louça suja amontoada na pia, geladeira lotada e barulho excessivo nos horários de silêncio são apenas alguns simples problemas presentes em casa, sendo que dez pessoas e um cachorro (ênfase para o cachorro) geram muito mais do que isso. Sempre chega uma hora em que temos de sentar em volta da mesa e discutir as medidas a serem tomadas em cada caso, ação que ficou mais frequente no último mês.

Confesso que sou um tanto desorganizado e isso é um problema. Prometi melhorar e dei um bom jeito nas minhas coisas. Às vezes eu exagero no volume das gargalhadas depois do "toque de recolher" ou apronto mais do que o Dupin, não sei quem é pior. O Pedro vive reclamando e tenta me colocar nos trilhos, mas é a vida né?

Ontem mesmo, fui jogar tênis com o Júnior e ele me surpreendeu: "Pikachu (meu apelido em casa), você nunca reclama de nada né? Não tem nada para se queixar?" Pensei bastante e realmente não sei o que reclamar. Minha vida não é um mar de rosas, mas fico satisfeito com o que tenho à disposição.

A maioria das pessoas que saíram da república o fez por problemas de convivência ou por encontrarem lugares melhores. Acho normal ter dificuldades em morar com pessoas que têm gostos diferentes dos seus ou apresentam limitações. Ninguém é obrigado a morar com quem não quer. Contudo, esse pensamento não é compatível com a idéia de "morar em república".

Assim como alguns saíram, outros entraram nos seus lugares. Semana que vem teremos um churrasco para apresentar os novos membros e vou tentar colocar algumas fotos aqui para atualizar a minha república. Não é a minha casa de verdade, mas é, sem sombra de dúvidas, um lar.

Um comentário:

JANA disse...

Adorei este post, sempre fico pensando como é viver em uma republica tinha curiosidade em saber,no fim das contas com um pouco de paciencia deve ser bem divertido.Faltou umas fotinhos né na republica e do lindo do Dupim.