De todos os meus amigos, acho que ele é o que está a mais tempo comigo. Quase um irmão. Estudamos juntos desde o pré III (primário), quando tinha acabado de entrar no Anglo e só ficamos um tempo separados quando ele foi para o Reino Unido, no seu intercâmbio no segundo colegial.
A bem da verdade, brigávamos bastante nas primeiras séries do Ensino Fundamental. Lembro até hoje do primeiro dia em que conversei com ele: estávamos na quadra do Anglo, nas arquibancadas, e eu simplesmente derrubei o saquinho de refrigerante dele. Sem mais nem menos. Sim, fui idiota quando pequeno. Obviamente, isso resultou numa briguinha de criança, com o Léo me perseguindo pelo pátio do colégio. Normal.
Isso sem falar na nossa semelhança física. Éramos idênticos (mesmo corte "tigelinha" de cabelo, altura - os dois menores da sala - e aparência). Tanto que uma vez, na saída da escola, o pai do Léo me pegou pela mão como se fosse seu filho e simplesmente soltou um "Vamos, Léo. Estamos atrasados!" Juro que fiquei com medo no dia, pensando que estavam me sequestrando (história à parte, o pai dele, Roger, é uma boa pessoa e sempre foi simpático comigo). Fora que até a terceira série, meu pai me levava até a casa dele para estudarmos, sendo que eu ficava responsável por ensiná-lo. Sem comentários.
Depois de tantos trabalhos em grupo na escola e uma certa rivalidade nos estudos, acabamos nos tornando bons amigos, sendo que até disputamos o amor de uma mesma menina (Ilana, na sexta série, como éramos infantis).
Como eu o conheço desde pequeno, posso descrevê-lo com uma porção de detalhes que outras pessoas não enxergariam. No nosso primeiro ano de faculdade (estudo na Poli, ele na Fea), fizemos uma dinâmica em que um descreveria o outro em personalidade, objetivos e outros quesitos, e vice-versa. Assumimos a responsabilidade de falar tanto os pontos positivos quanto os negativos, abertamente, sendo as conclusões muito produtivas (um verdadeiro "Julgue para ser julgado").
Logo de início, ambos destacamos o orgulho como nossa principal fraqueza. Confesso que sempre fui muito orgulhoso e às vezes, até prepotente. Prometemos melhorar. Não lembro de tudo que escrevi no papel, mas descrevi o Léo como uma pessoa feliz, sonhadora, determinada (voltou do intercâmbio no meio do terceiro colegial e estudou pra valer, passando na FGV e na Fea-Usp), inteligente, estrategista (compartilhamos do gosto por jogos de tabuleiro, como Banco Imobiliário e War), vaidosa, divertida, extrovertida, indecisa (sempre pedindo conselhos) e sociável (sim, ele é popular).
Hoje, estudamos na mesma universidade (nem me mudando pra São Paulo consegui perder ele de vista) e não perdemos contato (quando temos tempo, saímos para almoçar lá na Liberdade, conversar depois do almoço no Bandejão), além de voltarmos para nossa cidade natal na mesma época (graças aos mesmos feriados da usp). Ambos somos do Grupo dos Seis (nosso clube do bolinha lá de Presidente Prudente, nome sugerido pelo próprio Léo, nada orgulhoso) e compartilhamos caminhos muito parecidos profissionalmente (não pretendo ir para os bancos, mas há sempre a possibilidade, risos). Ainda temos nossas (muitas) diferenças, mas aprendemos a conviver com elas, fato.
Faz muito tempo que ele vem cobrando essa descrição e eu sempre dando desculpas. Escrevi na posição de amigo e com o sentimento de um irmão. Espero que goste.
Um comentário:
aain que liindo (:
Pow o pai dele ter te confundido foi mto engraçado... imagina a sua cara de medo na hora..HUUHSAHUSHUA'
Adorei a história ;)
Eu também tenho uma grande amiga só que à conheço apenas 6 anos :/
daqui 10 anos escrevo sobre ela. rsrs
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