Comecei o processo de habilitação para dirigir em janeiro, nas férias. A bem da verdade, nunca tive pressa para conseguir a tão sonhada "carta".
Acho legal poder dirigir, ter seu próprio carro e não depender dos outros para ir aos lugares, principalmente quando os outros são os seus pais. Poder chegar um pouco mais tarde em casa (apesar de que eu sempre esqueço a chave de casa e isso implica em acordá-los em plena madrugada, puta falta de sacanagem, confesso), sair quando você bem entende, economizar tempo e ampliar a lista de lugares a visitar é uma tentação e tanto. Mas as mudanças do interior para a capital, do Ensino Médio para o Superior e da barra da saia da minha mãe para a vida em república foram prioridade e como eu não ia ter um carro em São Paulo, não fiz tanta questão de urgência.
Como disse no outro post, nunca tinha dirigido até os 19. Meu instrutor me chamou de "virgem de volante". Fato. Mesmo morando no interior, meus pais jamais me deixaram dirigir, nem que fosse com eles ao lado. Não sou contra isso, jamais reclamei e nunca demonstrei interesse tão grande nisso.
O que para muitos é a introdução no mundo adulto para mim era simplesmente a obtenção de um documento. "Era", porque depois de sentir a adrenalina de estar no controle do carro e de aprender realmente a conduzí-lo, tudo muda. Comparo a aprender a andar de bicicleta: assim como ela cai, o carro "afoga" e é preciso um bom treino para se aperfeiçoar, como a maioria das coisas na vida. Admito que não sou bom no volante, penei bastante para controlar a embreagem e sincronizar todos os passos. Hoje é quase mecânico, apesar de que colocar um carro nas minhas mãos aqui em São Paulo é sinônimo de acidente.
Consegui a aprovação hoje de manhã, depois de uma prova simples nas proximidades da rodovia Raposo Tavares. Uma baliza, uma subida, algumas placas a serem respeitadas, limite de velocidade de 30km/h e minha perna balançando de nervoso. Sou calmo e especialmente nas provas procuro ser um poço de tranquilidade. Mas o medo de reprovar falava mais alto.
A principal causa das reprovações é sem dúvida a sinalização. Meu problema principal era a embreagem na subida, mas vez ou outra esquecia de dar a seta para indicar que ia estacionar ou começar a baliza. Na prova, minha atenção foi toda focada nisso.
A baliza, que todos temem, nada mais é que uma receita de bolo, um simples algoritmo nos quais basta seguir atentamente os passos. Tenho plena consciência de que ele não é genérico e que portanto, vou ter que aprender a estacionar outros carros sem usar esse trunfo.
Consegui a aprovação no exame sem levar nenhuma falta, apenas uma observação do examinador de que minha perna não parou de tremer um segundo sequer. Daqui a duas semanas eu recebo o documento e não vejo a hora de começar a dirigir, em Presidente Prudente, é claro! Recomendo um cuidado especial se você estiver na rua e me ver dirigindo, recém-habilitado é perigoso. Deixo um agradecimento especial ao Wanderson, meu instrutor, que me apoiou e deu as dicas do que fazer ou não; ao Schwalb, que reforçou os conselhos e fez um mapeamento da pista onde faria a prova; e a minha tia Edna, que teve a paciência de me ensinar e de me aguentar por umas longas horas sob o calor prudentino.
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